Pode-se
definir um estratótipo como uma sucessão de camadas líticas com
limites bem definidos que, são usados como referência, na
caracterização de unidades estratigráficas (como andares, limites
estratigráficos, etc...). Quando uma destas sucessões de camadas é
aprovada pela ICS (Comissão Internacional de Estratigrafia), o
estratótipo passa a denominar-se GSSP. Portugal possui dois GSSP's,
um no Cabo Mondego e outro em Peniche, ambos marcam o período do
Jurássico (199.6-145.5 Ma).
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| Tabela GSSP's |
O
estratótipo de Cabo Mondego, marca a base do andar do Bajociano
(Jurássico médio – 175.6-161.2 Ma) e, foi aprovado pela IUGC
(União Internacional das Ciências Geológicas) no encontro do
Comité Executivo em Janeiro de 1996. A grande razão, pela qual, a
secção da Murtinheira ganhou a Bearreraig Bay (Escócia), foi pela
grande diversidade de amonites existentes – espécies do norte da
Europa e Mediterrâneo.
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| Cabo Mondego |
Cabo
Mondego, localiza-se na Costa Atlântica Portuguesa a 40Km oeste de
Coimbra e a 7Km norte da Figueira da Foz. Obedece a pontos de um bom
GSSP: tem uma enorme exposição, não possui variações
significantes nos fácies nem complicações estruturais. As camadas
são monoclinais e têm atitude de 30ºS e, consistem em sedimentos
marinhos, que datam desde o Torciano superior (183.0 – 175.6 Ma)
até ao Caloviano médio (164.7 – 161.2 Ma), com espessura que
excede os 400m. À secção Aaleniano-Bajociano (definida em 77,8m a
partir da base da secção na base Bed AB 11), corresponde uma
alternância entre calcários e margas, por vezes muito
fossilíferos, com bioturbação, fragmentos de carvão, pirite
disseminada e nódulos raros de celestite; os estratos têm
espessuras de 0,15 a 0,25 (finos) e, as suas superfícies são
regulares.
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| Amonite - Cabo Mondego |
Como
dito anteriormente, a presença de amonites foi um grande factor para
a determinação deste estratótipo, mas,
mais determinante ainda foi terem sido correlacionadas, com o limite
Aaleniano-Bajociano,
as primeiras ocorrências de espécies como Hyperlioceras
mundum, Hyperlioceras furcatum, Braunsina aspera,
and Braunsina
elegantula. Também,
com este limite, coincide a inversão da polaridade inversa para a
normal que, pode ser correlacionada com a escala de tempo da
polaridade magnética correspondente ao Jurássico.
Referências:
Vera
Torres, Juan (1994), “Nomenclatura estratigráfica”, in
Juan Vera Torres (org.), Estratigrafia – Princípios y Métodos.
Madrid: Editorial Rueda, 576-578
Pavia,
G. e Enay, R. (1997) “ Definition of the Aalenian-Bajocian Stage
boundary”. Episodes, Vol.20, no.1, pág.16-22. [Consult. 29 Dez.
2011] Disponível em
https://engineering.purdue.edu/Stratigraphy/references/Bajocian.pdf
GEISTÓRIA
– ESTRATÓTIPOS.
João Brissos, Outubro de 2008. [Consult. 29 Dez. 2011] Disponível
em http://geostoriaestpal.blogspot.com/2008/10/estrattipos.html
INTERNATIONAL
COMMISSION ON STRATIGRAPHY – GSSPS. ICS, [Consult. 29 Dez. 2011]
Disponível em http://www.stratigraphy.org/column.php?id=GSSPs
INTERNATIONAL
COMMISSION ON STRATIGRAPHY – INTERNATIONAL STATIGRAPHIC GUIDE.
Amos Salvador. [Consult. 29 Dez. 2011] Disponível em
http://www.stratigraphy.org/upload/bak/strats.htm
SUBCOMISSION
FOR STRATIGRAPHIC INFORMATION – GSSP FOR BAJOCIAN STAGE. Dr.
Gabi Ogg, Dezembro de 2011. [Consult. 29 Dez. 2011] Disponível em
https://engineering.purdue.edu/Stratigraphy/gssp/detail.php?periodid=59&top_parentid=0
WIKIPEDIA
– BAJOCIAN. Desconhecido, Março de 2011. [Consult. 29 Dez.
2011] Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Bajocian
WIKIPEDIA
– GLOBAL BOUNDARY STRATOTYPE SECTION AND POINT.
Desconhecido, Dezembro de 2011. [Consult. 29 Dez. 2011] Disponível
em
http://en.wikipedia.org/wiki/Global_Boundary_Stratotype_Section_and_Point



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